Desde 1984, data da fundação do Centro Social, Cultural e Recreativo de Alvorge, tem a sua secção cultural vindo a fazer uma recolha do património etnográfico da freguesia do Alvorge com vista a sua preservação.
O espaço, na sede da associação, reservado para a conservação do material recolhido, tornou-se insuficiente a ponto de já não ser possível comportar mais peças. Colocou-se então a necessidade de encontrar um local, com condições dígnas e espaço suficiente, para colocar o espólio existente e proceder a uma exposição permanente do mesmo.
Essa oportunidade surgiu quando se encontrou para venda um edifício em ruinas, situado no centro histórico do Alvorge, com interessante historial, do ponto de vista cultural, merecedor de uma reconstrução, pois, embora sem dados documentais que o comprovem, é voz corrente que o mesmo edifício serviu como prisão e como celeiro da Universidade de Coimbra.
Ora, se recordarmos que o Alvorge foi julgado da Comarca de Coimbra, nos princípios do sec. XVI, com juizo próprio e que em finais desse mesmo século, as terras de Alvorge, que pertenciam ao convento de Sta Cruz, passaram para a Universidade de Coimbra, será fácil acreditar que essa convicção popular, relativamente a antiga utilização desse edifício, seja real.
Perante estes factos, foi decidido, em 2010, adquirir o citado imóvel, procedendo-se agora à elaboração do projecto para recuperação do edifício com vista à instalação do Centro Etnográfico de Alvorge, cuja exposição permanente abrangerá variados aspectos da vida quotidiana, das gentes Alvorgenses ao longo dos anos e que será organizada por secções, tais como:
- fossilização (com dezenas de fosseis);
- romanização (com váriados achados arqueológicos);
- religiosidade (com várias peças relativas a actividades religiosas);
- instrução (com livros de várias épocas);
- profissões (lavradores, carpinteiros, barbeiros, ferreiros, serradores, canteiros, etc);
- as primeiras máquinas da freguesia (primeira máquina de café, primeira maquina de barbear, primeiro televisor, primeiro telemóvel, etc);
- outras curiosidades.
Pretende-se que este Centro tenha, na sua direcção, uma pessoa, com formação em arqueologia e ainda guias, com formação específica, para acompanhamento dos visitantes.